terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Festeiros e "festeiros"...

Tenho me assustado com certa frequência. Não é nada que aconteça de repente, "no pulo do gato". Meus sustos são calculados, ao menos por mim. Em geral, já os espero. Talvez nem sejam sustos, mas, sim, lapsos de um estarrecimento assombroso.

Saio pouco nas noitadas baladeiras nas quais a juventude se enfia cada vez mais. Se tem coisa que não entendo nesse mundo é justamente a dependência que a juventude tem de "festa". Já, já eu explico o porque das aspas. Ao certo, antes fosse uma dependência de festa, de agito, de grito, de dança, de camaradagem e de socialização. O que vejo, o que percebo (e que, na verdade, torço muito para estar vendo tudo de uma maneira muito distorcida), é uma necessidade quase absurda (para não utilizar a palavra BURRA) de APARECER. Na sua grande maioria, os jovens se embrenham numa batalha estapafúrdia para analisar quem consegue aparecer mais, chamar mais a atenção dos outros, não importando o quão ridículo possa vir a parecer. Até aqui tudo okay, não fossem os meios que utilizam para sua pretensão traduzidos pelo altíssimo nível de consumo de álcool e entorpecentes de toda ordem. ALERTO: a partir desse ponto, a noite pode acabar em diferentes locais.

"E por que fazem isso?" - muitos se perguntam.

Meu estarrecimento se dá quando esses "festeiros" respondem tal questionamento: "porque é legal"; "pra ficar locão"; "porque a moral é me soltar mais". Meu medo, meus sustos calculados, meu estarrecimento é justamente essa prática de quase banalização da insanidade. Para alguns, a grande sacada da noite está em fazer de tudo e não se lembrar de nada (ou quase nada) no dia seguinte. E, como são que sou, me pergunto: PARA QUÊ? O legal da vida não é ter experiências vividas que poderão ser contadas aos quatro ventos? Para mim, ao menos, sim. Acredito, mesmo, que valha mais contar as experiências,  sabê-las, até mesmo aquelas menos boas (nunca ruins). É mais humano. É mais sadio. É mais interessante. É mais honroso!

Nada contra aqueles que pensam e fazem diferente. Falo de meu estarrecimento, apenas! Mas cabe uma pergunta básica: vais falar o que para os outros se tu não te lembras de nada? Viverão dependentes da boa-vontade dos amigos de contarem (e, possivelmente, inventarem) suas aventuras? GAME OVER, man!

Me surpreendo com alguns desses que ousam me perguntar se sou feliz, como  se fossem doutrinados por uma religião que prega a felicidade como característica dos dependentes de alucinógenos.  Não é bem o que vejo... Prefiro me manter são, esperto, tranquilo, limpo, livre, alerta, gravando todos os momentos da vida e celebrando-os. Vivo todos os dias sem precisar de um período longo de recuperação que,para os religiosos daquela seita "vigorosa" tem o nome sagrado de RESSACA! Porque, para mim, festas são celebrações e, como celebrações, merecem que sejam recordadas. Para as festas,como festeiro que sou, meu único ópio é a alegria!

Viva a vida e não viva em vão.