terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Dois mil e vida

            Dizem que certa vez perguntaram ao Dalai Lama sobre o que mais o surpreendia na humanidade e ele respondeu sem necessitar de muito tempo:
“Os homens: porque perdem a saúde para ganhar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, se esquecem do presente e acabam por não viverem nem o presente e nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer. E morrem como se nunca tivessem vivido.”
            Não sei ao certo se tal relato é verdadeiro, mas isso é irrelevante. Forte é a crítica ao nosso modo de viver (e digo nosso me incluindo nesse bolo).
            Aproveitando a recente virada de ano, tempo de muitas promessas e pensamentos lá no futuro, eu gostaria de aqui deixar um recado ou um alerta aos que me lêem: Viva!
            Um Viva de festa, um Viva de alegria, um Viva, simplesmente! Viva, sim, com letra maiúscula. Deixe a preguiça um pouco de lado, saia de casa, acorde mais cedo, durma mais tarde, ou acorde mesmo mais tarde e durma mais cedo. As preocupações? Deixe-as de lado. Tome tempo para cuidar de si: caminhe sem tempo para retornar, sem saber ao certo onde ir. Deixe, sim, o relógio em casa.
            Conheces Kayrós? Segundo a mitologia Grega, Kayrós é Deus do Tempo, assim como Chronos. Kayrós, porém, é o senhor do tempo fruído, chamado por alguns de oportunidade, ocasião. Não o interessa quantos segundos ou minutos se passam: a Kayrós só interessa o valor do momento, o prazer, a fruição da vida.
            Em 2013, aproxime-se de Kayrós: ele é um cara legal. Certamente ele lhe dará inúmeras lições. Conte menos os minutos. Use-os para viver e poder CONTAR HISTÓRIAS. Cumprimente o desconhecido numa caminhada, ofereça um chimarrão a quem está sentado próximo. Abuse de Kayrós e não perca o momento de criar laços, conhecer histórias, trocar experiências.
Viva, enfim!

Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!

À todos eu desejo um ótimo dois mil e vida!!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Vídeo que vale muito à pena assistir...
Parte 1
Parte 2

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Curtindo a vida adoidado...

                  (Escrito por FERNANDO PFEFF)

                  O título deste artigo eu retirei de um filme de 1986, originalmente chamado de “Ferris Bueller’s Day Off”  que deu fama ao jovem Mattew Broderick. Talvez quando este filme estava sendo exibido nos cinemas do Brasil a grande maioria dos leitores deste blog ainda nem tinham nascido ou não passavam de um bebe feliz e cagado... (hehehe piada interna) mas já reprisou tantas vezes na Sessão da Tarde que  certamente todos conhecem a história do garoto mais popular da escola que resolve matar aula e, de quebra, levar seu melhor amigo e a namorada, desafia o diretor da escola, dança “Twist and Shout” num desfile no centro da cidade, induz o amigo a roubar a  Ferrari conversível da coleção do pai, mas no final dá tudo certo. Qual a moral da história?  Se analisarmos friamente é completamente amoral levando em conta toda a enganação que o garoto submete aos pais, professores e tantos outros que confiam nele. Mas a mensagem que o filme traz é que quero dar ênfase. É que todo mundo tem direito a aproveitar a vida ao máximo, mesmo que seja tudo ao mesmo tempo num dia só, afinal não sabemos o que o “amanhã” nos reserva.
                   Em fevereiro deste ano (mas parece que faz muitos anos) eu sofri uma sincope cardíaca provocada por uma arritmia que me rendeu 100 dias internado num hospital, 28 dentro da UTI, 3 cirurgias, 1 infecção hospitalar, 40 dias tomando antibiótico porrada nas veias e 1 ICD (Implantable Cardioverter Deffibrillator) ou um Cardioversor-Desfibrilador Implantável  que pode ser confundido com um marca-passo mas tem funções distintas. E em nenhum momento eu perdi o bom humor, sei que as pessoas me olhavam como se eu estivesse moribundo – e deveria estar, mesmo – mas eu não me sentia um moribundo, o que eu poderia fazer? Até que minha médica, cardiologista, chegou e me disse: “ – Cai na real, Fernando! Tu quase morreu!” Naquela noite, que deveria ser meu trigésimo dia ali, não houve remédio que me fizesse dormir. Repensei toda minha vida, acho que pra saber se se eu tivesse morrido eu iria pro céu ou pro inferno. Passei a questionar a existência de céu e do inferno, briguei com Deus porque Ele não me tirava daquele lugar quando eu mais queria, e comecei a fazer as minhas resoluções de ano novo, e na verdade não era de ano novo pois já estávamos em março, eram resoluções de vida nova, já que eu tinha nascido outra vez. A primeira coisa a fazer seria uma tatuagem. Ainda não fiz porque ainda estou em dúvida do que fazer, se uma phoenix, um Homem de Ferro ou a frase em latin Carpe Diem.  Mas comecei a repensar valores e os valores que eu atribuía a cada coisa da minha vida e percebi que muitas coisas que eu valorizava demais passaram a não ter nenhum valor. Deixei pra trás mágoas e perdoei muita coisa, deixei pra trás o orgulho e pedi perdão pra muita gente. Na outra vida ficou o medo de gastar mais do que poderia pagar e comecei a usar o dinheiro pra fazer as coisas que sempre quis fazer e não fazia porque não tinha dinheiro. Parei de implicar com minha sobrinha adolescente porque ela não quer fazer um curso de inglês. Não guardo mais revistas velhas, - é joguei fora minha coleção de VIP e Playboy – passei a usar chapéus, que não usava porque pensei que poderiam me achar ridículo, comecei a usar suspensórios pra fazer um style e to correndo atrás de um colete pra criar uma identidade. Já não escolho tantas músicas, só vou no cinema quando tiver certeza de que vou me divertir, então “Jogos Mortais” e “Atividades Paranormais” nunca terão minha presença. Já não me preocupo e nem perco o sono quando atraso uma conta. Ainda tenho que me livrar de alguns quilos recuperados após cirurgia... é, perdi 22 quilos nesta brincadeira mas recuperei 5 e quero me livrar deles outra vez, não por vaidade, mas por saúde mesmo. Mas não deixo de comer aquela taça de ambrosia, mas nem *odendo!
                   Costumo dizer que eu vi a morte de pertinho, minha sorte foi que ela não me viu.
                   Eu achava graça daquele monte de clichê sobre “aproveitar cada dia como se fosse o último”, Hakuna Matata e o próprio Carpe Diem! Mas numa situação de lembrar de Santa Bárbara quando troveja pensei em todas estas frases de efeito e prometi pra mim mesmo por todas em prática. Na verdade, prometer pra si mesmo é sempre mais fácil de não cumprir a promessa. Uma porque a gente não vive sozinho e outra que as pessoas que nos rodeiam não passaram pela mesma experiência. Nem percebem que estamos mais... mais... humanos, compreensivos, é claro que estão felizes por termos sobrevivido, mas sobreviver é o mínimo que poderíamos ter feito. Neste caso, EU poderia ter feito. A outra opção, não quero nem comentar porque doeria mais em mim a idéia de não conviver com as pessoas que eu amo sem saber onde de fato eu estaria, do que neles porque o tempo faria com que esquecessem, sentiriam saudades, chorariam, diriam que eu era um cara legal e a vida continua.
                   Mas a vida continua pra mim também...
Não, eu não vi a luz, nem fiquei inconsciente por tempo suficiente pra me considerarem em coma, o que é mais difícil pra explicar estas novas sensações estando lúcido o tempo inteiro. Mas não sei se isso ocorre só comigo ou se outras pessoas que “quase morreram” têm estas mesmas considerações.
Então... Voltando ao foco, o que eu quero é dizer pra todo mundo viver a vida fácil, sem complicações, nós humanos temos uma mania tão feia de complicar as coisas fáceis, culpar os outros e se defender dizendo que está estressado. Vai ser feliz! Faz tudo que der vontade sem se preocupar se irão te achar ridículo e pra não fugir muito das frases prontas... Viva cada dia como se fosse o último, hoje aqui, amanhã não se sabe e curta a vida adoidado...