terça-feira, 4 de agosto de 2009

Meu erro...


(Escrito por Jefferson Castro)



Talvez tenham chegado os tempos que eu tanto temia...

A racionalidade pessoal se deixou superar pelo sentimentalismo provindo de uma [ir]racionalidade coletiva. Já não se pensa o que se quer... Vivemos tendenciados a acreditar naquilo que muitos acreditam. Sentimos necessidade de ver "nosso pensamento" amparado pelo pensamentos de alguém mais!

O que há de errado nisso? Se "nossos pensamentos" estão de acordo com os pensamentos de alguém mais, isso nos traz o sentido de que não estamos sozinhos no mundo, bem como nos entorpece com a [falsa] ilusão de que "nosso pensamento" é correto. Seria isso mesmo verdade? Talvez nem sempre...

Prefiro acreditar que precisamos nos tornar SUJEITOS de nosso próprio pensamento. Saber o que se quer, saber o que se defende, saber o que se pretende... Assim, digo, SÓ ASSIM, não sinto [EU] a imensa necessidade de escorar MEU PENSAMENTO por sobre os pensamentos dos demais, utilizando as idéias dos outros como muletas que me darão [FALSA, de novo] sustentação. Torno-me, portanto, SUJEITO DE MIM MESMO.

Não afirmo ser esta uma tarefa simples. Eu mesmo tropeço e muito nessa vida, topando com um mundo de bordões que se fazem verdadeiros pelo número grotesco de seguidores que deles se apropriam. É díficil, realmente! Conseguir pensar por si, portanto, acaba sendo tarefa para ousados, incansáveis e persistentes. Ousaria afirmar aqui que pensar por si é tarefa de SONHADORES.

Chegando ao MEU ERRO..., ando temeroso quanto ao "pensamento coletivo", digo, quanto à descaracterização do pensamento. Pensamentos de outros, válidos para outros, sem cara, sem identidade... Pensamentos provindos de outras vidas, de outras realidades, de outras cabeças, de outras pessoas, TALVEZ NUNCA NOS SEJAM REALMENTE ÚTEIS. Pensar parecido, acontece, de fato. Aproveitar os pensamentos dos outros para FUNDAMENTAR, DAR SUPORTE aos nossos próprios pensamentos, é válido...

E segue a pergunta básica: Mas o que há de errado nisso? Talvez nada, para quem pouco se importa com o fato de tentar viver a vida por si, para quem não deseja experimentar realmente o gosto do mundo com seu tempero favorito [como o toque especial do Cheff].
E talvez esteja tudo errado para aqueles que ainda buscam experimentar a vida como gostam, defendendo seus princípios, lutando pela liberdade...

... e quanto ao Meu erro...

...Talvez eu tenha pensado demais. Talvez eu tenha percebido que não vivo com a cabeça dos outros, com os pensamentos dos outros. Talvez eu tenha notado que os pensamentos dos outros (e aquilo que acham ou deixam de achar) não podem "fazer a minha cabeça" e, assim sendo, não compreendí quem estava do meu lado tendenciada pela força da massa de pensamentos que a incomodavam (e a incomodam até agora).

O meu erro foi ter sido amigo quando achava, por mim, que ser amigo era correto. Meu erro foi ter dado atenção a quem precisou de atenção em algum momento. O meu erro foi, simplesmente, TER ME TORNADO DONO DOS MEUS PENSAMENTOS EM UM MUNDO NO QUAL AS PESSOAS TOMAM PARA SI, COMO PRÓPRIO, O QUE É DO COLETIVO.

Se há amor, há confiança. Se há amor, há respeito. Se há amor, independente do que o coletivo fale, faça aquilo que você acredita ser certo e que, em seu íntimo, faz o seu coração vibrar.

Um comentário:

Unknown disse...

Oiii querido colega eu dei uma de fuxiqueira e li o teu texto, bah quase pude ver minha imagem refletida nas tuas palavras, pricipalmente nos 3 últimos parágrafos... Bjos